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Empresas dos EUA buscam profissionais brasileiros, sugere pesquisa

Veja quais são as companhias que mais contratam e como conseguir uma vaga

Por Fernanda Gonçalves - Valor Econômico - clique aqui para ver a matéria original


O atual momento parece ser favorável para os profissionais brasileiros em busca de vagas de emprego nos EUA, aponta um levantamento realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration. O estudo levou em consideração dados oficiais do departamento de trabalho americano e mostrou que, no ano passado, 1.428 brasileiros foram admitidos para trabalhar nos EUA. Desses, 142 profissionais do Brasil ou 9,9% do total, passaram a trabalhar em uma das seguintes empresas: Abbyland Foods, Microsoft, Orion Travel Technologies, SS Concrete Floors e Google - as cinco que mais contrataram brasileiros nesse período.


Segundo Rodrigo Costa, CEO da companhia responsável pela pesquisa, as organizações americanas têm buscado profissionais do Brasil por conta do grande déficit de mão de obra nos EUA. "As empresas estão com 11,2 milhões de vagas abertas, mas são 5,7 milhões de pessoas desempregadas. Ou seja, não há gente suficiente para dar conta do crescimento econômico", constata. Ele explica que uma das formas que o governo e as corporações encontraram para contornar a situação é, justamente, contratar trabalhadores estrangeiros. "Em 2021, por exemplo, foram 17.952 green cards emitidos para brasileiros, o segundo maior número da história."


E qual diferencial os brasileiros oferecem e que desperta a atenção das empresas? "Somos reconhecidos no mercado de trabalho como esforçados, qualificados, e com uma grande capacidade de adaptação a diferentes cenários", explica Jorge Botrel, sócio da JBJ Partners, empresa especializada em empreendedorismo, consultoria de negócios e expatriação para os EUA.


"Os brasileiros, em especial os de finanças, têm um perfil interessante, sobretudo agora, mediante a nova realidade de inflação americana. Eles foram talhados ao longo de suas carreiras para trabalhar com cenários e realidades de hiperinflação, recessão econômica e estão acostumados com variações cambiais importantes. Isso os fez mais preparados para momentos não estáveis, economicamente falando", observa Leonardo Freitas, especialista em imigração e CEO do escritório de advocacia Haymman-Woodward. Já Costa lembra que os brasileiros se destacam, também, por características como dedicação e simpatia. "É comum, por exemplo, que dentistas e enfermeiros do Brasil estejam entre os mais bem avaliados por pacientes de clínicas, consultórios e hospitais, já que costumam ser mais afetuosos."


Em relação às áreas que mais têm buscado profissionais brasileiros com especialização nos EUA, Costa analisa: "se nas décadas de 1980 e 1990, a maioria ocupava empregos de menor remuneração, agora há uma participação muito maior de brasileiros em posições que exigem nível superior, como dentistas, pesquisadores, advogados, gerentes de RH e marketing, engenheiros e pilotos de avião".


Nesse sentido, a pesquisa da AG Immigration revelou que foram 205 contratações apenas no ramo da tecnologia, no ano passado. Entre os cargos, estão desenvolvedores e programadores, analistas de sistemas, gerentes de TI e de sistemas de informação. "Adicionalmente, muitos executivos brasileiros buscaram se aperfeiçoar em importantes universidades americanas. Vários com mestrado, MBA e fluentes em três línguas. Alguns deles já foram expatriados e conhecem múltiplas realidades, o que os tornam atraentes para as empresas", diz Freitas.


Como conseguir trabalho nos EUA

Para aqueles que desejam conseguir uma vaga de emprego nos EUA, Botrel afirma que, antes de mais nada, é necessário ter o domínio do idioma, não apenas escrito, mas também falado, além de pesquisar a área de trabalho e estar preparado para as exigências mais comuns. "Para enfermeiros e médicos, por exemplo, será necessário fazer a equivalência do diploma nos EUA e, por fim, adaptar o CV para o inglês e disponibilizá-lo nas principais plataformas como LinkedIn e Indeed", aconselha. Costa, por sua vez, sugere que o profissional entre em sites de emprego americanos e aplique filtros de busca para achar organizações que estão contratando imigrantes ou que precisam de profissionais bilíngues em português.


De acordo com os especialistas, a parte mais desafiadora do processo é encontrar uma empresa que esteja disposta a patrocinar o visto para o candidato, caso ele não tenha permissão para trabalhar nos EUA. No entanto, Costa afirma ser comum companhias interessadas no profissional arcarem com os custos de quase todo o processo imigratório. "É necessário ter viabilidade para viver no país que se deseja residir e buscar um escritório de advocacia para aconselhar o melhor visto de imigrante", recomenda Freitas.

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